O suicídio é um assunto delicado, porém crucial, e merece uma discussão aberta e informada. É essencial separar os mitos dos fatos e entender melhor as complexidades que cercam esse tema, dissolvendo equívocos comuns e compartilhando informações baseadas em evidências. Aqui estão algumas verdades importantes sobre o suicídio:
É mito dizer que o suicídio ocorre sem aviso prévio, pois na maioria dos casos, há sinais de alerta, mudanças no comportamento, expressões de desesperança e isolamento social indicam ideações suicidas. Saber identificar esses sinais é importante para sua prevenção.
Outro mito consiste em alegar que apenas pessoas fracas cometem suicídio. Este ato não se discrimina baseado na força ou fraqueza, é um resultado complexo de fatores, incluindo problemas de saúde mental, estresse, trauma e circunstâncias pessoais.
Não é correto dizer que a maioria das tentativas de suicídio são em busca de atenção. Todas as tentativas são sérias. Muitas pessoas que tentam suicídio estão sofrendo emocionalmente e precisam de ajuda profissional.
Não podemos deixar de abordar que o risco de suicídio pode persistir, mesmo se uma pessoa superou uma crise suicida ela não está a salvo para sempre. É errado dizer que se uma pessoa tentou suicídio ela não tentará novamente, uma vez que as tentativas podem indicar um risco aumentado. Após uma tentativa, o apoio contínuo e tratamento são vitais para prevenir futuras crises.
Essas são apenas algumas das crenças errôneas que foram ensinadas ao longo de toda história, muitas outras poderiam ser citadas com a mesma importância.
O suicídio é um ato contra a vida, pode ser ou não endereçado a alguém, ter relação com o outro. É importante construir e descontruir esses estigmas. Ao longo dos anos fomos contaminados por visões morais e religiosas, e cada visão trata o suicídio de maneira um pouco distinta. A pessoa que tenta ou obtém êxito em tal ato leva consigo os verdadeiros motivos e
segredos, sendo muito difícil encontrar justificativas após a conclusão.
Na clínica podemos realizar movimentos que reconciliam a pessoa com o desejo de vida, com a razão ultima de sua angustia. Lidar com a realidade de quem realmente somos dissipa muitas ideações. O estigma em torno desse assunto deve ser substituído por compreensão, empatia e apoio às pessoas que estão lutando contra esse tipo de pensamento. A conversa aberta e clara indicam que o suicídio é prevenível, e o conhecimento é fulcral para compreender essa de fatalidade.
Por Roberto Avelino de Oliveira
Psicólogo Clínico e Psicanalista
Atuante na Clínica Reintegrar